Enquanto a comida está no fogo, caiu a mesa de passar, com o gato que estava dormindo, ferro de passar, roupas e com tudo que estava em cima aos pés da criança e sobre os potes de comida do gato, o barulho é tamanho que você corre desesperada igual uma doida pra ver o que houve. A criança puxou e derrubou. Após se certificar que todos sobreviveram você volta seu coração para o lugar sem anestésicos e corre pra ver se a comida não queimou neste intervalo de tempo. Enquanto você organiza a sala e tenta limpar farelos e colocar as coisas no lugar, o quarto que estava arrumado volta a ficar com tudo fora do lugar. Há brinquedos até dentro do seu guarda-roupa. Quando você vai calçar o tênis para correr, pisa e quase machuca o pé, encontra um boneco dentro do tênis, às vezes peças que podem se tornar mortais (pais e mães entenderão).
A criança dorme. Ufa, é uma tarde ensolarada. Você se anima e pensa: E agora o que eu faço? Faço a unha, faço minha meditação diária, ou saio pra fazer exercícios agora? Tic e tac… Enquanto você pensa os minutos voam. Uma dúvida cruel e recorrente. Escolhas diárias de uma mãe em tempo integral e pandêmico.
O seu banho? Joga pro final do dia. A leitura? Calma, vai dar tempo… Antes de dormir você ler. Aquele estudo que você adia há dias, se Deus quiser hoje conseguirá realizar. Que otimista! Saiu pra correr. Ficaram as unhas e a meditação pra depois. Tudo bem, não se pode ter tudo. Limpa, lava, guarda… cozinha, come, dar banho, cuida, tarefas da escolinha, atividades pedagógicas… Você agora também é uma professora de homeschooling de sua filha (um nome chique para denominar uma guerra diária). De repente você lembra: – Meu Deus as plantas vão morrer, preciso aguar as plantas, está calor e elas precisam de água, ontem não deu tempo, hoje tem que dar. Você salva as plantas e elas te salvam um pouco em meio a uma maratona.
O gato te morde, alerta de que você não colocou ração pra ele. Não mata o gato de fome, Vanessa. Você volta pra cozinha, de novo está tudo por fazer, mais louças, chão sujo de novo e etc. Enquanto isso, a criança chama “mamãe” de onde está pelo menos umas 10 vezes seguidas sem intervalos e você se ver repetindo o dia inteiro a frase: – O que é Maria?, ela responde: – Mamãe vem aqui, venha mamãe. Absolutamente quase tudo que você propõe para a criança, ela diz: “Não quero”, e vira as costas e você respira 3 vezes, se lembrar que existe este recurso, e tenta resgatar da memória algo lúdico que possa convencer a criança. Não convence, tem que usar da sua autoridade: – TEM QUE ESCOVAR OS DENTES MARIA. NÃO TEM CONVERSA. Mesma coisa pra um monte de coisas que: “Tem que…”, e a criança decidiu que nunca mais irá fazer aquilo, sai correndo e se esconde ou faz um escândalo básico.
No final do dia, você está exausta mentalmente (fisicamente nem conto mais porque não se compara ao cansaço mental), mas resta um ânimo, pois a criança vai dormir e você terá a noite pra fazer suas coisas. Dormiu. Você toma banho, passa direto pela cozinha, esquece um pouco dela e deixa tudo pra amanhã, até as roupas da máquina que precisa pendurar você pensa: hoje não. E agora? Escrevo, leio meu livro, estudo o que está pendente? Ou, tento terminar de assistir o filme daquele dia que eu dormi na metade e nunca mais soube o que aconteceu? Faço o que posso e é mais urgente e apago. Deixo o filme para, quem sabe um dia. Amanhã, será um novo dia, uma nova semana, teremos compras pra fazer e mais 450 coisas para atender, pensar e planejar, mãe não tem “folga” nem aos finais de semana. Quem sabe eu consiga alguém para ficar com a criança para ir pra uma trilha ou um café no próximo final de semana? Sonhar não custa nada rs. Todos os dias convivendo com o caos e tentando organizar uma rotina, que, só uma heroína dos quadrinhos poderia dar conta sozinha e ainda fazer uma cara boa de paisagem (como esta da foto abaixo) pra quem romantiza tudo isso.

Que Legal Vanessa me identifiquei muito enquanto lia seu posto.
A vida das Mães é realmente assim, e sim faz muita falta uma rede de apoio para ajudar com as crianças.
As vezes é tão difícil sair para uma caminha ou meditar e ter que levá-los.
Vida que segue
Beijos e abraços
Michele
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Verdade né Michele, faz muita falta uma rede de apoio. Sinto na pele isso todos os dias. Às vezes quero alguém só pra ficar 2 horinhas com ela pra resolver algo. Mas não tenho ainda. E é vida que segue. Grata por opinar aqui. Beijos e abraços
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Não é fácil mas, certamente, no futuro nos orgulharemos de ter vivido tudo isso.
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Verdade. Grata Natália pelo seu comentário e opinião. Bom saber que tem mães na mesma luta que eu. ♡
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Nós mães temos muitas histórias pra contar. Eu te entendo Vanessa.
Eu tenho o privilégio de ter meus pais por perto, eles me ajudam muito.
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Na maternidade e paternidade, rede de apoio é tudo. Feliz de quem tem e consegue respirar um pouco às vezes.
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Boa noite minha filha. Gostei do texto “Maternidade do Caos ” que detalha bem a rotina estressante de uma mãe dona de casa que cuida dos afazeres domésticos e de uma filha de mais de dois anos que merece toda atenção e carinho nessa fase da infância. Mas como você falou no ultimo comentário a paternidade também se torna uma rede de apoio importante, porque quando o marido está em casa no caso de Daniel, ele sempre ajuda nas tarefas de casa e cuidados com a filha para que você tenha mais um tempinho para as atividades pessoais e culturais como já tive a oportunidade de presenciar essa convivência de divisão de tarefas que se torna muito importante para o casal, trazendo harmonia, alegria e felicidade para a família. Deus abençoe todos ai. Abraços e beijos de saudades de todos daqui.
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Sim, verdade pai… a paternidade presente é muito importante… Se torna minha rede de apoio. Mas mesmo assim há por um tempo este período de caos. Mas tudo passa e os filhos crescem e criam asas… ♡ grata pelo comentário painho. Beijos
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